De vez em sempre

Nenhuma dor é sentida sem que sua vibração se faça sentir no coração do Pai. Ele é o rumo, o prumo que tira do periférico e concentra no importante. Ele faz com que a existência não seja arremedo de vida, túnel sem saída, poço sem fundo, caos. Ele entende o que não sabemos expressar. Ele interpreta lágrimas. Ele segura a mão frágil. Muito mais importante que amar é saber o jeito certo de amar. O mero desejo ou intenção não serve, por melhor que seja. Ele não acredita que qualquer forma de amor vale a pena. Ele não se deixa enganar pela violência disfarçada de amor, desrespeito travestido de cuidado ou domínio mascarado de carinho protetor. Ele sabe que nem tudo o que reluz é ouro. Nem tudo o que chamam de amor é, de fato, amor. Ele é firme. É mais que emoção cega e caprichosa. É profundo, prudente. É satisfação para longe da inveja. É humildade para longe do orgulho. É tolerante para longe do perfeccionista. É amor que concede senso de valores, caráter. Pai eterno, presente em memória. Com saudade, hoje faria 70 anos.